domingo, 9 de dezembro de 2018

O banquete dos croquettes coquetes

Se não acreditais em távolas redondas, digo-vos já aqui que os croquettes sabem-as todas, mais que os cavaleiros com suas lanças oblongas, procuram-as como os surfistas procuram as ondas, para eles não há segredos, há convívios para entreter os mancebos nos intervalos das noites das facas longas.
Mas não é numa taberna qualquer que os irás encontrar, aquilo é gente que come tudo e caviar, mas não em qualquer lugar, e por mais que gostem de variar, volta e meia é à do Zé que eles se vão alimentar, sim, o Zé do Catering, o do contrato infindável com o Sporting, mas vou deixá-lo sossegado a marinar, se brilhar hoje não foi por aqui, foi na confecção do apetitoso manjar.
Assim se constrói uma união tão transversal como redundante, não de cristal nem de diamante, mas que deixa radiante qualquer criatura insignificante que gosta nem que seja por um instante de irradiar o sorriso pepsodente, a cavalo dado não se deve olhar o dente, e aparecer fulgurante e resplandecente, sob os candeeiros actuais e os candelabros do antigamente, à luz do castiçal e do talher refulgente, louça fina e guardanapo à tangente, para a fotografia da paz podre e aparente, porque a seguir há muita gente a perseguir.
Ao contrário dos códigos do cavalheirismo, ser refractário é um pródigo preciosismo, a saída do armário não implica qualquer civismo, o baptismo na causa do croquettismo a isso obriga, um neo-exigente trabalha como uma formiga, dá luta e vai à briga pelo seu copo de touriga diluída, ou a sua cervejinha arrefecida, enquanto petisca e manja da comida, claro está, "gratuitamente" fornecida, depois sim dá descanso à barriga e já pode dar uma de situacionista, enquanto se passa aos cafézinhos, conhaques e à tertúlia prometida, com que a guilda dos croquettes fica entretida.
Se não houver lugar para si, não desista, vista-se a rigor e faça-se à pista, torne-se um sorridente serviçal graxista, pratique com afinco a arte do contorcionista, invista o seu tempo em colóquio e entrevista, se for preciso ser Pinóquio deixe o controle ao marionetista, esforce-se para aparecer num canto da revista, elabore uma conspiração como labora um golpista, faça ginástica e insista até à conquista do seu momento à mesa, trate-os como a uma altiva princesa, comece a ignorar aqueles que ela mais despreza, e quando for sodomizado ou comido de cebolada, não se esqueça, diga para si mesmo, "há que levantar a cabeça".





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