terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Incepção da extracção

Se por um lado as mentiras propagadas como rebuçado, escritas por cartilheiros e passadas por recado, vão sendo desmanteladas bocado a bocado, mesmo contra a vontade do profundo Estado, que vive nelas e por elas é atravessado, recorrentemente por escândalos abalado, e pelo bastião da comunicação social manietado, ora usada a seu favor, ora por ela dinamitado, sendo o bode expiatório descartado, por outro vão os spin doctors alterando o passado, apagando factos em qualquer suporte registado, reescrevendo a história como quem compõe um fado.
Assim, comendo da gamela tanto avençado, o efeito Mandela está em parte explicado, há dedo de alguém quando algo está errado na tua memória, quando apagam aquele que construiu tanta vitória, quando o ocultam porque reconquistou a glória, no fundo quando tratam como escória aquele que é a escora de um Clube levantado, reerguido depois de tanto ser sabotado, e de ter sido tão espoliado até quase ficar acabado.
Como não acabaram com o Clube, tentam acabar primeiro com quem o não deixou cair, agora aproveitam os bons tempos para se servir, mas outrora não piavam com ele a ruir, e quando a abundância secar e se extinguir, veremos novamente as ratazanas a fugir, os hipócritas a mentir, e o mais que há-de vir, é esse o meu sentimento do devir.
Da sombra dos recantos onde sonham em bandos os revisionistas, auto-denominados brandos mas com impulsos neo-estalinistas, nesses lugares da mente colectiva com recalcamentos propagandistas, é daí que irrompem os delírios dos situacionistas, sedentos revanchistas e falsos moralistas, montados em pégasos sem asas e unicórnios de testas rasas e lisas, cantando à desgarrada como galos sem cristas.




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