domingo, 20 de janeiro de 2019

Cónegos e padres

Na visita dos Cónegos de Moreira à cidade, onde Ivo Vieira veio dar a missa ao padre, e o padre missa em Alvalade, fanático como é e cheio de vontade, tentando pregar o Leão ao final da tarde, foi a este que coube a entrada leonina na verdade, com um golo inaugural nascido de um canto, executado por Acuña e por Nani de cabeça picado, intrometendo-se ao 1.º poste por adversários rodeado.
Como habitualmente, Diaby andava por ali à solta, e num livre colocado por Acuña para dentro da grande-área, depois de Wendel levar a habitual e impune cacetada primária, isolou-se frente à baliza antes da marca dos onze metros e executou um cabeceamento à Mona Lisa que enfiou a bola nos fossos abertos.
O domínio da equipa da casa ia precavendo qualquer golpe de asa, e antes da defesa ficar em brasa, com umas jogadas de ataca e baza, acercou-se da baliza, numa jogada construída e iniciada onde Bruno Fernandes abriu para Acuña na sua ala, este frente ao lateral especulou que era com o pé esquerdo junto à linha que cruzava, mas antes puxou para trás a bola e de pé direito tão bem lhe acertou que voava, e voou para o 2.º poste, passando por cima de Jhonatan Luiz e Bas Dost, aparecendo o tal Diabynho maroto, que lhe acertou desta vez com a testa enquadrado, saindo o remate para cima e cruzado, mas o guardião saltou bem e tocou-lhe, caindo a bola na barra e depois sobre a linha de fundo, onde Bruno Fernandes a recolheu num momento segundo, voltou a pô-la em Acuña mais recuado, novo cruzamento com o pé mais habituado, que pela defesa foi cortado de cabeça, subindo a bola e caindo pouco depressa, aproveitando Ristovski para testar a sua peça, um remate de pé direito rasante sem deixar cair a remessa, defendido novamente pelo guarda-redes que já stressa, para os pés de Bruno Fernandes, que aproveitou e rematou de pé esquerdo e foi dessa que a bola entrou, o guarda-redes ainda um gesto esboçou, mas aquilo era projéctil que atravessa.
A vantagem não era desmesurada nem prematura, a equipa entrou concentrada e madura, mas a verdade é que não quis mais vertigem e tontura, pensou que já bastava e chegava de aventura, e como o Moreirense queria ser uma equipa dura de bater, o árbitro não viu quando Diaby, correndo pela ala direita, viu Bas Dost no meio a isolar-se à espreita, que ao tentar desmarcar-se à entrada da área foi tocado pelo último homem da defesa contrária, e derrubado antes que a bola lhe chegasse e perante o guarda-redes aparecesse. O padre com os cónegos tinha comunhão solidária, entendeu que não era nada ou um tropeção numa toupeira desnecessária, daquelas que não interessam à Judiciária, mas este é um assunto sério, e claro, esse critério manteve-se um mistério, faltas à entrada da área não, não fosse o Mathieu ou o Bruno Fernandes acertar na conversão, nem quando ao minuto 45 Ristovski foi derrubado e ao chão, quando tentou novo remate numa incursão.
Mas antes da interrupção, e depois de momentos tão periclitantes, os cónegos de Moreira acercaram-se da área dos residentes, impondo-se na pressão e dominando esses instantes, e numa insistência pela direita, e foram bastantes, fez o último dos golos restantes, Chiquinho desmarcado foi à linha centrar na perpendicular uma bola rasteirinha, que Heriberto só teve de encostar no lado esquerdo da baliza, um deserto atrás da floresta de jogadores a assistir de cadeirinha. Tudo isto aconteceu sem que o vídeo-árbitro João Capela interferisse, não sei o que ele ao padre disse, a equipa de campo vinha de negro como um aviso, era para o funeral, capice?
Podeis dar o sermão, ah e tal, não era penalti, não, ah e como a bola não tinha chegado ao Bas Dost, também não era expulsão, ah e coiso nem sei se houve falta ou toque, façam como quiserem, que o único santeiro vivo que eu acredito é o Roque.
Galvanizado pela redução da desvantagem no marcador, ocupou-se o Moreirense do meio-campo e do direito corredor, bloqueando as saídas ofensivas do Sporting e tentando um passe desbloqueador, e só a valia de Mathieu, em sucessivos carrinhos deslizantes, evitava que a defesa se tornasse um passador, e também Coates, fazendo dobras, interceptando últimos passes e corrigindo ou disfarçando disparates. Assim, neste sufoco litúrgico, acabou a primeira das partes.
A segunda foi mais acabrunhada, menos oportunidades de golo, mais táctica fechada e chachada, continuava o árbitro, no reduto dos cónegos, a não ver nada, Diaby levava a bola quando a perna lhe foi ceifada, seguiu o jogo que a missa tinha de ser dada, depois os primeiros amarelos por faltas a travar saída de jogada, um para cada lado da barricada, e o jogo não desatava.
Quando Bruno Fernandes pelo centro isolou Bas Dost, o auxiliar deixou a jogada prosseguir, o holandês viu o português ao lado a surgir, meteu-lhe a bola, este rematou de pé esquerdo e Jhonatan voltou aquele enredo de defender para a frente, o que valeu foi o defesa a antecipar-se a uma recarga holandesa de golo iminente, mas então foi assinalado o fora-de-jogo existente.
O recuo da equipa da casa funcionou de forma mais eficiente, não deixando os visitantes aparecerem de repente, impedindo um perigo constante e iminente, e tentava-se por saídas rápidas ultrapassar aquela crente gente, que porém conseguia cortes à tangente, fosse quando o passe era bem medido e inteligente, fosse quando não havia fora-de-jogo mas o auxiliar e o VAR o viam com a sua lente, que foi o que aconteceu quando Raphinha foi lançado por Coates lá de trás, obtendo um golo depois de o guarda-redes contornar, que abriria as portas da vitória de par em par, se não fosse maior a tentação e o pecado de o anular.
O Moreirense andou a procurar, mas o máximo que conseguiu, mesmo chegando a assustar, não tanto quanto o pouco que o Sporting queria jogar, foi um cruzamento-remate traiçoeiro de Heriberto, vindo do lado esquerdo, que Renan defendeu sem agarrar, afastando para fora sem querer um frango arriscar. Diaby teve lance semelhante cinco minutos antes, mas esse foi mesmo engano e o guardião agarrou facilmente.
Querendo arrastar o enredo até ao fim, talvez porque a oração do empate seria um eclesiástico festim, tudo o que fosse permitir a incerteza do resultado foi um ritual enfático mais que catequizado, não terminando o jogo sem a cacetada secundária no brasileiro de bigode, já com cartão da cor solar mas sem expulsão, porque a igreja daqueles padres da anunciação não é uma catedral como eles pensam, é na realidade um pagode.


⏰ INTERVALO | Sporting 2 – 1 Moreirense

🦁 adiantaram-se mas cónegos reagiram, prometendo 2ª parte interessante num um jogo com poucas faltas 👏
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🇵🇹 FINAL | Sporting 🆚 Moreirense

Vitória leonina num jogo em que os Cónegos não permitiram tranquilidade ao 🦁 Ratings em http://goalpoint.pt 
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🇵🇹 Sporting 🆚 Moreirense

Marcos Acuña esteve impecável a nível defensivo, e 5 das 8 ocasiões criadas pelo saíram dos seus pés⭐
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Ao 10º jogo em casa, o Sporting conquistou a 9ª vitória

▶ Os leões só perderam pontos na jornada passada, diante do FC Porto
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Em casa, com Keizer, o Sporting marcou em 6 das 7 partidas

vs Aves - ⚽⚽⚽⚽
vs Poltava - ⚽⚽⚽
vs Nacional - ⚽⚽⚽⚽⚽
vs Rio Ave - ⚽⚽⚽⚽⚽
vs Belenenses SAD - ⚽⚽
vs FC Porto - ❌
vs Moreirense - ⚽ (jogo a decorrer)
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