Fins de Janeiro e a disputa de mais um Torneio de Inverno, a final a quatro da Taça da Carica, fruteira preferida no Benfica, que perdeu para o FC Porto na outra partida, disputada de novo no mesmo terreno, a pedreira onde o arquitecto implantou aquele penedo, cabendo ao Sporting, vencedor na última edição mas em quarto no campeonato, defrontar na meia-final o conjunto anfitrião dos Arcebispos Guerreiros, que vão em terceiro, cujo líder é um trolha e o treinador um pedreiro, ambos com problemas de dinheiro, consagrados actores e pantomineiros, que prestam culto formal à Catedral do Inferno, mas com os outros se comportam como arruaceiros.
O desafio começou como ultimamente, uma equipa leonina mais ausente que presente, na expectativa do que o adversário lhe apresente, sem tomar a iniciativa, e só sentiu que estava viva quando sofreu primeiro, num lance tão bem executado quanto pioneiro, pois ficou tudo a olhar para Ricardo Esgaio, este avançou e libertou na esquerda para João Novais, que cruzou com precisão para a pequena-área entre o guarda-redes e os centrais, no meio destes apareceu Dyego Sousa vindo de trás, para isolado fuzilar de cabeça qual determinado capataz, no espaço que alguns dizem ser de Renan, mas eu digo em seu abono que é terra de ninguém.
Mas se é verdade que ainda estava tudo a aquecer, menos os guerreiros que já estavam a vencer, pouco depois, ainda a frio, iam fazendo miséria quando Wilson Eduardo à marcação fugiu, numa bola pingada aérea que Esgaio da direita subiu, caindo na grande-área onde por trás da defesa o avançado surgiu, tentando acertar de primeira mas a bola caiu, e ao ressaltar no solo acertar-lhe mal conseguiu, e foi nesse lance que Renan, mais heróico que um veterano do Vietname, emergiu, defendendo no chão o remate, tão frouxo que saiu, matando o lance que causou enorme calafrio - o nascer de uma lenda se entreviu.
Manuel de Oliveira começou a dar nas vistas quando descobriu uma pseudo-falta de Luiz Phellype, este veio por trás de Bruno Viana e tocou a bola, perdendo-a quis ganhá-la e ceifou cana, entrando em carrinho de pé em riste e cometendo uma falta triste, marcou o árbitro a anterior que não existe.
O primeiro remate às redes dos arcebispos foi executado por Bruno Fernandes, fraco e enrolado, já lá iam quase dez minutos, facilmente defendido pelo guarda-redes marafado.
Novamente Manuel Oliveira assinalou uma falta matreira contra os visitantes, quando Nani meteu a terceira junto à lateral, e o seu adversário se atravessou à frente e não tendo cabedal se projectou, tendo o árbitro interrompido o jogo como antes.
Depois foi Mathieu a tentar um desarme em carrinho sobre Wilson Eduardo, na mesma lateral mas do outro lado, e percebendo o que o francês ia fazer, protegeu a bola com as pernas o português, lance que deixou Mathieu tocado, substituído após o intervalo.
O Braga voltava a insistir, nomeadamente em livres que estava a conseguir, pois era falta sempre que um guerreiro resolvia cair, mas a defesa leonina começava a saber resistir, e o domínio do jogo e do meio campo estava a vir.
Raphinha era o elemento mais veloz e desequilibrador, solicitado na direita quando lhe metia a bola lá de trás um lançador, foi isso que Coates tentou, mas na dobra Raul Silva para canto cortou.
Aos 18 minutos o Sporting começou a controlar o jogo, atacava em bloco variando os flancos, e foi então que Raphinha deixou pregados os dois marcadores no corredor direito, meteu a bola entre eles e para dentro, preparou um remate de pé esquerdo e se não fosse Marafona a ir buscá-la no chão junto ao primeiro poste o empate era dele. Do canto surgiu uma oportunidade, Nani surgiu e cabeceou em arco, Marafona saltou à bola no seu reduto mas não a agarrou com efectividade, largando-a para os pés de Coates, que finalizou como pôde, mas apesar de a bola entrar não foi golo, Luiz Phellype carregou o guarda-redes na pequena área, gorando-se o lance. O Sporting ia-se acercando e conquistando cantos, Luiz Phellype rematou de longe e a bola desviou num adversário, mas o Braga ia conseguindo anular o perigo, temerário.
Sucediam-se faltas no meio-campo, e se algumas até não causavam espanto, estranhava-se a atitude do árbitro em dar paleio mas não mostrar cartões e aplicar a lei, nomeadamente quando foi avisar Luiz Phyllipe mas depois não soube amarelar Claudemir, pregado no relvado por Raphinha, que foi agarrado quando já estava a ir.
Wilson Eduardo estava acampado, mais de um metro adiantado para lá da linha de meio-campo, nem era preciso tanto, e só depois de chegar lá à frente e Gudelj não lhe permitir ser fintado, cortando para canto, é que o auxiliar se lembrou de fora-de-jogo assinalar.
Do lado esquerdo do seu ataque, dois jogadores do Braga fizeram combinações triangulares em tique-taque e deixaram pregados três jogadores do Clube de Alvalade, Ristovski, Gudelj e Bruno Fernandes, executando um cruzamento venenoso, que só não foi mais custoso porque Mathieu interceptou na terra de ninguém, voluntarioso.
Num movimento de Raphinha, de um corredor para o outro, saindo no limite da linha imaginária de fora-de-jogo, com a defesa dos Arcebispos subida, Nani lhe meteu a bolinha, isolando-se na grande-área perante Marafona, que se adiantou saindo da baliza, e querendo meter-lhe a bola por cima, acabou por lhe fazer um passe cinza.
Após alguns cantos ganhos e cedidos, foi a vez de Acuña voltar a deixar alguns surpreendidos, um daqueles tão bem batidos que Coates só teve de se desembaraçar de Raul Silva, elevar-se imponente enquadrado com a baliza e encostar aquela testa lisa no esférico, entrando a bola com uma trajectória tão perfeita que parecia uma linha de teleférico. Um golo vindo no tempo certo, que deixou o estádio com outro ambiente atmosférico.
Imediatamente após sofrer o golo, no pontapé de saída junto ao solo, o Braga parecia tolo, Luiz Phellype roubou a bola e embalou, mas em desespero Ryller o travou, evidentemente que o amarelo voltou a ficar no bolso. Depois ainda foi a tempo, antes do jogo pausar, de em pontapé de baliza para os arcebispos um canto a favor do Sporting transformar, ficando Nani veementemente a protestar, evitando o árbitro, por saber que tinha errado, o admoestar.
Mais umas faltas, umas corridas e umas disputas aqui e ali, e foi tudo descansar.
(continua - amanhã: Crónicas de Rei-Nan - As manoplas de Renan)
quinta-feira, 24 de janeiro de 2019
Crónicas de Rei-Nan - Xeque aos Arcebispos
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