quarta-feira, 2 de agosto de 2023

O Reino do Vineal

No reino do Croquettal

há vinho gourmet a rodos,

Mas se for no maranhal

Nem uma bejeca com modos.

No reino do Corporatall

Tudo é fachada pintada,

Mas para beber um Sumol

Só no outro lado da estrada.

No reino do Varandal

vale a experiência glamour,

A menos que o presidente fale

Quem o entenda que o ature.

No reino do Futebol-fácil

Quem tem 3.º olho é rei

Gestão topo di gama et al.

Quem lá os pôs que os tirem.

Tinto, rosé, branco, porto e espumantes, senhores! “Official Wine Partner”. “Only lions roar as lions!”, etc.

Se não estivesse na página oficial do clube, eu ria-me e dizia que isto era um sketch dos Gato Fedorento.

Que belo exemplo de como se cultiva a mediocridade neste clube. Vejamos:

  1. O Sporting Clube de Portugal é um clube cujo core business é (ou devia ser) o desporto e cujo sucesso devia ser medido pelo desempenho desportivo.

  2. No âmbito da sua atividade organizacional, são estabelecidas parcerias com outras entidades (ex: patrocínios) e são disponibilizados serviços (ex: Sporting Corporate), dos quais se retiram receitas e cujo sucesso se poderia medir pelo valor dessas receitas, que seriam canalizadas para o sucesso desportivo.

  3. E através das parcerias e patrocínios podem adquirir-se bens para proporcionar um serviço Sporting Corporate de melhor qualidade (com vinhos Falua) e dessa forma tentar aumentar as receitas desse serviço, que por sua vez serão canalizadas tendo em vista o sucesso desportivo.

Então o que faz a grupeta de Varandas, já que não pode fazer alarde de um sucesso desportivo que não existe? Faz propaganda das receitas obtidas com os patrocínios e com o Sporting Corporate? Neste caso nem isso. Faz propaganda, isso sim, do esforço para melhorar um serviço que devia servir para obter receitas, as quais deviam visar o sucesso desportivo. Repare-se como no comunicado até se dá mais importância ao facto de se proporcionar “uma experiência melhor aos parceiros”, do que ao facto de haver um novo patrocinador para as modalidades.

Ou seja, estamos reduzidos a propaganda de nível 3, em que se propagandeia um meio usado para atingir um fim, que por sua vez não é mais do que outro meio para atingir o fim maior. É esta a gestão Croquette. Trocar a essência pela aparência. O principal pelo acessório. Celebrar os meios e não os fins. Aquilo que deviam ser apenas meios para atingir um fim (sucesso desportivo) passam a ser fins em si mesmos (proporcionar “experiências” aos “parceiros”) e por isso são propagandeados para mostrar serviço, como de vitórias se tratassem. E com o aplauso de 85% dos sócios, que assumem esta mentalidade e incham o peito com um slogan ou com a ideia de estarmos na “vanguarda”.

Que importa ficar em 4.° lugar? Perder ou ganhar é desporto, pelo menos tentou-se. Mas os nossos vinhos são o melhores.

Sem comentários:

Enviar um comentário

A Última Profecia (?)

Só os Pategos querem a Guerra

Nem no Natal os Pategos mais Pategos, dos Javardos mais Javardos, se desmarcam do seu chavascal (os porcos)... Bom Natal, pategada estúpida ...

Mais Manás